domingo, 5 de junho de 2011

Alma prolixa

 







"Tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras. Sou irritável e firo facilmente. Também sou muito calmo e perdôo logo. Não esqueço nunca. Mas há poucas coisas de que eu me lembre. Sou paciente mas profundamente colérico, como a maioria dos pacientes. As pessoas nunca me irritam mesmo, certamente porque eu as perdôo de antemão. Gosto muito das pessoas por egoísmo: é que elas se parecem no fundo comigo. Nunca esqueço uma ofensa, o que é uma verdade, mas como pode ser verdade, se as ofensas saem de minha cabeça como se nunca nela tivessem entrado? Tenho uma paz profunda, continuou ele, somente porque ela é profunda e não pode ser sequer atingida por mim mesmo. Se fosse alcançável por mim, eu não teria um minuto de paz".




(Clarice Lispector) 





8 comentários:

chica disse...

Clarice é sempre Clarice.Agrada!!!beijos,chica

ONG ALERTA disse...

Uma mulher de pura sabedoria, beijo Lisette.

Unknown disse...

Mas na minh'alma tudo se derrama...

Beijo meu.

Meire Oliveira disse...

Lena linda, essa dualidade que existe em nós é que nos faz humanos. Saber conservar o que há de belo é o que precisamos fazer. Regar aquela plantinha bonitinha que há bem dentro de nosso coracione para fazer brotar sempre paz e mais paz.

Sabe, amiga, Clarice é uma das minhas paixões literárias mais afloradas (to com uma coisa com flor hoje rsrs) e lendo esse post me lembrei de quando fui ver a peça Simplesmente Clarice Lispector com a Beth Goulart em que sente N vezes duas coisas ao mesmo tempo, eu sorria e dali a pouco chorava, eu fico brava e dali a pouco alegre. Fascinante!!!

Eu escrevo para caramba né amiga?! Acredite, eu tbm falo muito kkk desculpa amiga...bjs Love you!

Mara Melinni disse...

Lena, linda Lena!

Obrigada por estar sempre perto!
Eu estava com saudade de entrar aqui no seu espaço e voar além das nuvens... Passo p/ desejar-te uma semana de alegria e paz.
Gosto de dizer que vc é leitura obrigatória...rs!

Um beijo, com carinho.

MARILENE disse...

Acredito que todos temos um pouquinho desses sentimentos descritos. Não nego, sou fácil para conceder o perdão, mas não esqueço.

Bjs.

MA FERREIRA disse...

Adoro Clarice Lispector. Ela não se importa em se expor.
Esta dualidade, que nem ela sabe explicar..mas quem sabe?
Somos sempre os dois lados da moeda.
O que mais prevalece é o que mais regar-mos, o que mais darmos atenção.
Um grande beijo..

MA

Paty Michele disse...

Clarice é de uma sabedoria ímpar. Amo!

bjão