sexta-feira, 6 de maio de 2011

O tempo perdido




"Bati no portão do tempo perdido, ninguém atendeu.
Bati segunda vez e mais outra e mais outra.
Resposta nenhuma.
A casa do tempo perdido está coberta de hera
pela metade; a outra metade são cinzas.
...Casa onde não mora ninguém, e eu batendo e chamando
pela dor de chamar e não ser escutado.
Simplesmente bater. O eco devolve
minha ânsia de entreabrir esses paços gelados.
A noite e o dia se confundem no esperar,
no bater e bater.

O tempo perdido certamente não existe.
É o casarão vazio e condenado".


(Carlos Drummond de Andrade)

8 comentários:

Jasanf disse...

Amo Drummond e sua forma de transcender palavras comoventes. Abraço. Bom final de semana,
Jasanf.

Unknown disse...

Lena un canto claro de emociones que nacen en tus letras ... bellas ellas se siente todo el sentimiento que descargas en ellas como es lindo adentrarse en ellas.,... todo un placer para el alma y corazon... felicidades...

saludos
linda semana
abrazos

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

e quantas pessoas são assim como esta casa...

Bloguinho da Zizi disse...

Ahh Lena, quantos casarões vazios existem por este mundo. Onde batemos à porta e elas jamais se abrem. É só escuridão...

chica disse...

Esses casarões existem em nossas recordações...Lindo! um beijo,obrigado pelo carinho sempre,chica

mentoresdeluz.blogspot.com disse...

LENA LINDO POEMA ENCANTADOR,nos faz pensar em quantas moradas vazias desabitadas ,sem utilidade nenhuma
tal qual pensamentos vazios sem projetos sem futuro corações vazios sem amor sem carinho,sem saudade
ausentes de esperança de alegria
épreciso uma renovação uma limpeza
abrir-se as janelas arejar o ambiente
deixar entrar a luz do amor da vida,,
um abraço amiga marlene

Regina Antunes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
MARILENE disse...

Estou tão habituada a entrar no seu outro blog que estava perdendo a oportunidade de compartilhar deste. Como há um tempo certo para tudo, talvez fosse hoje o dia de bater a essa porta, que não ficará fechada como a de Carlos Drummond de Andrade.
As entradas das casas podem ser lacradas, desde que as de nossas vidas estejam sempre abertas.

Bjs.